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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

MARCOS WAGNER DA COSTA AGRA

( Paraíba – Brasil )

 

Possui mestrado em Programa de Pós-Graduação em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1982). Atualmente é professor da Universidade Estadual da Paraíba. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa
Informações coletadas do Lattes em 01/07/2020

Informação biográfica: https://www.escavador.com/

 

GARATUJA. Campina Grande, PB: 1977- 19 78.  15 x 21 cm. 
Ano I – No. 1 – setembro/1977
.

 

 E ESTAVA APENAS ABRINDO O  PORTÃO

 

Por que
a lua criva a bala
como ferrugem na carne selvagem
abrindo um cravo encarnado
e esconde o vulto atrás da noite?

Por que
o sol de luto esconde a face
pra não ver o coice da noite
na crina ruiva de um cidadão
respeitável portador da morte?

Por que
o vento assobia forte
para esconder o silvo agudo
lodoso e quente já cortando
o mofo da sorte?

Por que o grito encolhe
e some na garganta espúria
e prende a língua
da faca no corte?
 

 

 

GARATUJA. Campina Grande, PB: 1977- 1978. 
No. 3 – jan./fev. 1978     15 x 21 cm

 

A NEGRA NUVEM

A mulher de duas caras
rasga
de seu ventre
a luz.

a vagina pariu
o úmido inseto:
crava a carne crua.

o início — rótulo
de homem —
não ousa olhar-se
de frente.

a fronte erguida
dentro da máscara
esconde, e cria
a negra nuvem.

a negra nuvem
— fábula ou fúria? —
aborto do amor
converte o espaço
em sombras.

a mão da fome
branca ou negra
atinge ou recua
sobe aos céus
em súplica.

aos céus são tidos
por estadistas
e conversações de paz
na terra
sob a lua nova.

A Gioconda ensaia
um riso não
imaginado
por Leonardo.

A negra nuvem
não esconde
sob a névoa
o velho homem
sem nome.

as negra nuvem
não oculta
da mulher dobrada
a imagem mansa:
no sonho quebrado
soldados carregam
pedaços de criança.

A negra nuvem
envolve
sobre a névoa,
do tigre, a garganta.

o tigre (a) terra
o tigre (a) garra
a guerra.

 

DESPE(  R )DIDA

que ergueste minhas derrotas
sobre
um chão de pesadas incógnitas.

teu teto treme
com ter sido refúgio e
repúdio.

minha memória
tenta o rito do lacrau suicida
(mas recua)
e explode
em frag
mentos de lembranças.

és apenas uma velha casa em conserto
e o re-sumo de meia existência
mas em ti regi o concerto de maus ais.

escondes hoje
o que não se ousou mostrar
ontem.

tuas paredes se pintaram com tinta verde
mas teu cerne continua.
e se me encontrares
cara a cara
o grito será inexorável
e me penetrará
rompendo minha carne
azeda de ausência.

O teto negro
não
mais
humilhará
a cabeça
a custo erguida
mas o peso é peso.

e ao contemplar o cimento
frio
a imagem se perpetuará
na viagem de ida e volta,
cansada que estejas
das dores alheias.

 

*

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Página publicada em dezembro de 2021


 

 

 
 
 
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